Resumo: Este artigo pretende
demonstrar a relevância teórica e prática das intervenções urbanas nos estudos
geográficos, expondo alguns conceitos relacionados à formação de espaços e ao
patrimônio urbano no nível internacional e brasileiro. Para tanto, apresenta a
maneira como se processam tais intervenções, mostrando também os usos mais
proeminentes decorrentes das mudanças setoriais das cidades, sobretudo as que
possuem potencialidade para atividades econômicas, bem como as consequências
para a população e sua cultura na contemporaneidade. Todas as referências
encontradas nos textos foram consultadas no intuito de substituir a expressão “apud”,
remetendo aos documentos originais.
Palavras-chave: intervenção
urbana; requalificação; cultura; patrimônio urbano; cidades.
Urban
interventions and heritage: from the creation of new spaces to social
segregation
Abstract: This paper aims
to demonstrate the theoretical and practical relevance of urban interventions
in interdisciplinary studies, exposing some concepts related to the formation
of spaces and urban heritage at the international and Brazilian level.
Therefore, it presents the way in which such interventions are processed, also
showing the most prominent uses resulting from sectoral changes in cities,
especially those that have the potential for economic activities, as well as
the consequences for the population and their culture in contemporary times.
Keywords: urban
intervention; requalification; culture; urban heritage; cities.
Introdução
A
inserção do patrimônio histórico urbano no contexto da valorização do espaço
tem levantado importantes questões e problemas de pesquisa em distintas áreas
do conhecimento, sobretudo a geográfica. Verifica-se com base no caráter
seletivo de diferentes políticas públicas de preservação patrimonial,
especialmente as ligadas à dimensão simbólica, que os sítios urbanos tombados
vêm se transformando em locais destinados à realização e consolidação do
capital.
Relacionar
cidade e cultura quase sempre propõe que as discussões e reflexões sobre o
patrimônio necessitem ser abordadas a partir das diversas possibilidades que
modificam o espaço urbano, entendido como esfera pública e campo cultural,
transformando-o num verdadeiro laboratório para os produtores de cultura. De
acordo com Jameson (1997) há um imenso desejo pela imagem e pelo que a
publicidade propaga sobre as cidades dotadas de bens patrimoniais, sendo que
geralmente o que se busca consumir nos centros urbanos não são as construções
antigas praticamente irreconhecíveis, mas sim o que se vê na fotografia ou no
cartão postal.
O
conjunto arquitetônico, acervos de obras de arte, festas, paisagens com
atributos naturais e culturais, dentre outros, que compõem o patrimônio urbano
revelam uma preocupação que se refere não apenas à necessidade de se preservar
a chamada “cidade histórica”, seu centro ou bairros com características
especiais, mas também a espetacularização sem compromisso com os valores do
passado. De maneira dialética, percebe-se que a cidade preservada passa a
impressão de que os aspectos da civilização vêm se tornando um organismo
econômico e este último, por seu turno, algo eminentemente cultural, apontando
que o consumo de serviços e bens nas cidades dotadas de patrimônio histórico e
cultural significativo é fundamentado não nas características típicas que
deveriam ser valoradas, mas na lógica corporativa da “indústria cultural”
(THOMPSON, 1995) e do “culturalismo de mercado” (ARANTES, 2005).
Desta
maneira, a lógica do capitalismo que recai sobre as cidades não leva à
compreensão das totalidades. Ao contrário disto, coloca em evidência as áreas
especiais no intuito de privilegiar a renda. O que ocorre no chamado “centro
histórico” e suas áreas de entorno, por exemplo, é uma transformação dialética
dos efeitos do valor de troca e da equivalência monetária, dando origem a um
novo estágio em que esta equivalência se sustenta na retração de velhas noções
de substância estável com as características identitárias que as unem (JAMESON,
2006).
Na
globalização – ou capitalismo tardio - vê-se a cultura se transformar num
elemento-chave da sociedade de consumo, expandindo-se por diversas zonas da vida
social, repleta de mensagens e signos como em nenhuma outra época. Para Jameson
(2001), os produtos culturais geram significados e lucros constituindo-se,
simultaneamente, em base e superestrutura da economia, destacando que o
capitalismo tardio funciona tanto a partir da lógica cultural como da sociedade
de imagens voltadas para o consumo.
Amparado
pelo álibi da cultura são então feitas diversas intervenções em bairros
privilegiados das cidades, no centro histórico e suas áreas contíguas,
consolidando possibilidades econômicas que ao serem referenciadas pela ideia de
produção do espaço urbano, representam novas formas de negócios concedidas pelo
Estado aos proprietários de imóveis, levando em consideração os dispositivos
legais de parcelamento, usos e ocupação do solo.
Neste
panorama, surgem estratégias no contexto da valorização do patrimônio urbano
como um todo, assegurando conteúdos que se justificam no território e por
consequência, a sua própria revalorização. Entretanto, é preciso reconhecer
também que a requalificação urbana nem sempre se dá exclusivamente devido aos
interesses do capital, podendo em muitos casos, atender às necessidades da
sociedade local, a depender das práticas políticas de cada caso.
Alguns conceitos
e exemplos de intervenções urbanas e patrimoniais no exterior e no Brasil
Em
todo o mundo são observadas notáveis mudanças no patrimônio urbano revalorizado
por meio de requalificações, reabilitações, renovações, restaurações e
chancelas que são refletidas não somente nas relações diretas de compra e venda
de propriedades mas, sobretudo, nos processos indiretos nas mudanças de sua
função, a depender do tipo de intervenção que se faz. Os centros urbanos são
pontos de referência, pois neles há concentração de grande parte da identidade
humana e da sua memória (LERNER, 2001).
As
cidades não são formadas apenas por elementos físicos ou agrupamentos de
indivíduos, mas também por uma variada gama de interações sociais e expressões
de cultura. Assim, o campo cultural é de grande importância em reflexões sobre
a temática urbana, abrangendo aspectos ligados aos povos que, por sua vez,
estão relacionados à geração de renda e empregos.
Ao
auferir valor ao patrimônio, especialmente o que se encontra tombado,
transformá-lo em fetiche junto aos outros objetos culturais no intuito de
aumentar a capacidade mercadológica e utilizá-lo como mercadoria é dado um fim
à essência do patrimônio, corrompendo o significado simbólico posto pela
sociedade. Com o fim desta essência a cultura é tensionada a expandir seus
limites incorporando o patrimônio às necessidades de mercado que, por sua vez,
se encarrega de permitir o consumo por meio de sua inserção no cotidiano das
pessoas, tornando-se objetos ligados ao lazer e aos usos do espaço (SCIFONI,
2015), apontando a necessidade de reflexões científicas que sirvam para orientar
o processo de planejamento territorial.
A
primeira conferência mundial voltada para a proteção dos monumentos históricos
foi realizada em Atenas, Grécia, na década de 1930 e resultou num importante
documento que trata da conservação do patrimônio. No final da década de 1960
foi dada uma maior relevância à preservação das construções no contexto de
sítios urbanos e à preservação da memória coletiva, incluindo a arquitetura
vernacular, com a promulgação da Carta de Veneza.
O
patrimônio edificado é sempre produto cultural e está associado, normalmente, à
cultura do local em que está construído. Entretanto, diversas intervenções
urbanas são apoiadas em objetivos ligados à produtividade e à esfera econômica
em detrimento de outros aspectos mais fundamentais e urgentes para a
coletividade. Por causa da mera estetização dos centros históricos a vida nos demais
bairros é colocada em segundo plano, dando origem ao que Lipovetsky e Serroy
(2015) denominam “cidade-clichê”, sendo que é preciso levar em consideração que
o fenômeno urbano constitui-se, mesmo com suas contradições internas, no lugar
onde se reproduzem e decompõem antigas relações sociais, criando ao mesmo tempo
novas relações e contradições (LEFEBVRE, 1973).
O
uso do termo “requalificação” é relativamente novo, tendo se popularizado em
diversos países nas décadas de 1970 e 1980 para se referir aos processos de
revitalização, recuperação ou reabilitação urbana. De acordo com Ferreira e
Craveiro (1989), a palavra requalificação está associada à qualidade urbana relacionada
também às questões econômicas, ecológicas, sociais e culturais. Assim,
subentende-se que os processos de requalificação devam incorporar projetos que
contemplem a qualidade do ambiente físico e ampliem o nível de satisfação da
sociedade sobre o espaço construído e sobre o patrimônio urbano.
Embora
a região central das cidades seja a mais destacada nos projetos de
requalificação urbana devido à deterioração, cabe destacar que outras áreas
também são passíveis deste ou de outros processos. Tanto a renovação como a
requalificação e reabilitação urbanas são conceitos que não se excluem, estando
direcionados à estetização ou terceirização das cidades causadas por
empreendimentos públicos e privados, genéricos ou específicos, que envolvem
investimentos massivos para a implantação de objetos que se materializam no
território e permanecem depois de sua realização para atender à dinâmica local
(COSTA, 2013).
A
reabilitação urbana, por sua vez, é um conceito inerente a toda prática de
transformação do espaço e compreende desde a recuperação de edifícios até os
espaços públicos com a função de melhorar as condições de habitabilidade e usos,
preservando o caráter fundamental da área (DGOTDU, 1998). Isto quer dizer que o
conceito de reabilitação leva em conta o respeito pelas características
arquitetônicas e, ainda que não se confunda com a restauração, é importante por
manter as características originais e funcionais, envolvendo muitas vezes o
restauro. As condições de uso são modificadas, mas se conservam os atributos
físicos e funcionais, seja com o objetivo de aumentar a capacidade atrativa
para os habitantes ou ainda, com a finalidade de possibilitar a existência de
atividades sociais e econômicas que sejam compatíveis com as de residência.
Por
seu turno, a renovação urbana ocorre por meio da substituição das estruturas
existentes, envolvendo demolições e construções de novos edifícios. É
caracterizada pela reconstrução de áreas urbanas levando em conta a
modernização do território, ocorrendo mudanças formais. De acordo com Castells
(1982), a renovação urbana se dá com demolições de imóveis e construções de
novos equipamentos públicos e prédios estando, historicamente, baseada na
implantação de novas tecnologias e materiais disponíveis no mercado da
construção civil, além da infraestrutura de renovação territorial. Na renovação
urbana, segundo Maricato (2001) ocorre a substituição de construções
envelhecidas e desvalorizadas, com problemas de manutenção, por edificações novas
e maiores, marcadas por estética pós-moderna que é seguida de ocupações
intensas do solo urbano.
O
movimento de renovação urbana está, assim, relacionado a uma tendência de
estímulo à revalorização da economia dos lugares, ao passo que a requalificação
urbana está voltada para a adoção de políticas de resgate do valor simbólico –
tanto para o mercado como para os moradores – das áreas urbanas. Com as
políticas públicas, diversas cidades em todo o mundo vêm passando por processos
de intervenções em áreas que são legitimadas pelo Estado e pelo mercado. Após os
anos 1960 surgiram em vários países ações voltadas à requalificação, renovação,
reabilitação e revitalização dos centros de cidades que se encontravam
degradados e com seu patrimônio urbano deteriorado, em alternativas para
solucionar os problemas espaciais, sociais e econômicos que se situavam
especialmente nas áreas mais antigas das cidades.
Neste
panorama, as cidades são imersas numa lógica dispersiva e disjuntiva do modo de
produção capitalista que, por meio das transformações de áreas especiais como o
centro urbano e sua elitização, quase sempre subsidiadas pelo Estado, está cada
vez mais distantes das totalidades. As intervenções no território que setorizam
as cidades buscando uma maior renda ou lucro para grupos específicos são características
históricas das cidades brasileiras, mas não exclusivas, na medida em que as
políticas de intervenção favorecem um planejamento que não visa ao todo, e sim
à dispersão e fragmentação urbanas.
Para
Harvey (2004), o poder do sistema capitalista enquanto sistema social reside na
capacidade de mobilizar diversos imaginários de empreendedores, promotores do
desenvolvimento, arquitetos e até mesmo de burocratas do governo em atividades
materiais destinadas a manter o sistema em constante reprodução. Percebe-se que
as apropriações e usos da cidade não se restringem aos negócios, se expandindo,
ao mesmo tempo, para o mundo cultural, artístico e político. A globalização é
um dos termos mais hegemônicos para se entender a economia política do capital
internacional e o empreendedorismo urbano que surge em meados do século XX na
Europa e nos Estados Unidos (HARVEY, 2004).
Assim,
as políticas urbanas ligadas à cultura na Europa ocidental sofreram intensas
transformações na década de 1980, deixando de forma gradativa os objetivos de
difusão da produção do fomento ao multiculturalismo e da alta cultura. Em vez
disto, as políticas se voltaram para a criação do emprego da cultura como uma
das maneiras de promover a regeneração urbana das áreas decadentes, o estímulo
à economia e a criação de imagens dinâmicas e cosmopolitas das cidades como
forma de atrair mão-de-obra qualificada e empresas de setores dinâmicos como,
por exemplo, as ligadas ao turismo (BIANCHINI, 1999). Tudo isto influenciou nos
processos de requalificação urbana e intervenções patrimoniais.
O
conceito de requalificação urbana abarca alterações que ocorrem de forma
integrada nas características de áreas urbanas que estão em transição devido
aos processos de declínio, incluindo aspectos de caráter econômico, social,
físico e ambiental (MOREIRA, 2007). No que se referem aos aspectos econômicos,
vê-se características dos setores secundário e terciário, assim como os meios
de transportes e comunicações, adaptando-se às exigências de consumidores,
levando à criação de novos espaços para se desenvolverem.
Teoricamente,
os aspectos sociais da requalificação urbana amparam-se na necessidade de integrar
toda a população, surgindo a possibilidade de existência de diversos cursos de
qualificação e atividades de apoio social. Entretanto, um dos problemas que se
verificam nos processos de requalificação urbana é a chamada “gentrificação”
(ou gentrification), que ocorre quando a população dos bairros requalificados e/ou
reabilitados migram para outras zonas mais empobrecidas e baratas.
A
gentrificação é um termo que tem origem na língua inglesa, cujo vocábulo
“gentry” significa “pequena nobreza”. O termo “gentrification” foi criado por
Glass (1964) para se referir às mudanças sociais ocorridas em alguns bairros de
Londres no final dos anos 1950 e início dos anos 1960, cujo processo se
consistia na desigualdade social e segregação urbana, com diminuição dos níveis
de qualidade de vida para uma parcela da população, inclusive tratadas nos
estudos sobre patrimônio e em diversos campos do conhecimento, com a expulsão
de antigos residentes e comerciários dos bairros requalificados e com oferta de
equipamentos culturais e históricos, para dar lugar a outros grupos sociais de
alta renda.
O
imprescindível conceito de qualidade de vida equivale a um dos objetivos finais
da requalificação urbana, apontando que se determinada área é agradável e segura
torna-se mais habitável, inclusive do ponto de vista do turismo, fenômeno atual
cada vez mais em alta. O patrimônio urbano e cultural, representado pelos bens
materiais e imateriais, representam uma das principais motivações de viagens e
objeto de consumo no âmbito internacional (MCKERCHER, 2002; RICHARDS, 1997).
Um
dos exemplos internacionais mais famosos de intervenção urbana é o de
Barcelona, na Espanha, ocorrida por ocasião das Olimpíadas de 1992, e que teve
o seu centro antigo estudado por diversos pesquisadores do mundo inteiro. De
acordo com Claver (2006), Barcelona possui características específicas neste
processo e se diferencia dos exemplos de outras cidades na Europa, pois não
teve a abrangência social que se esperava com o fato de que a prefeitura
priorizou a localização seletiva de equipamentos culturais em pontos
estratégicos, gerando críticas sobretudo por parte de associações de moradores.
A
realização dos jogos olímpicos fez com que diversas áreas de Barcelona fossem
reconstruídas num processo de renovação que, além de ter levado às diversas
mudanças nos usos do solo urbano, propiciou a instalação no centro histórico de
serviços ligados à comunicação, publicidade, informação e outros setores especializados
relacionados às grandes corporações. Somaram-se esforços de ordem pública e
privada e foi a primeira vez que um parque olímpico foi dividido em quatro
espaços menores numa distância menor do que 5 km do Centro, além da criação de outras
subsedes (AGUIAR, 2011).
Segundo
Aguiar (2011), o conjunto criado em Barcelona foi integrado a um complexo
viário, levando equipamentos culturais e esportivos a algumas áreas. Diversos
bairros melhoraram e a infraestrutura construída contribuiu para o aumento da
qualidade de vida dos habitantes. Velhos edifícios foram restaurados e as
construções novas passaram a ser usadas regularmente depois da realização das
Olimpíadas. Várias escolas de arquitetura e urbanismo de todo o mundo passaram
a utilizar como exemplo de intervenção bem-sucedida o caso de Barcelona no
intuito de explicar e propor a transformação de centros tecnológicos e
terciários no contexto da economia globalizada.
Na
cidade de Madri o plano de reabilitação do Centro entre 1988 e 1990 buscou
realizar intervenções integrais de conjuntos urbanos singulares de acordo com
os valores patrimoniais e por meio de seus problemas. A área central
encontrava-se em ruínas e havia a latente necessidade de reabilitação, sendo
desenvolvidos programas de reabilitação arquitetônica em diversas praças.
Alguns projetos culturais como o Museu Guggenheim de Bilbao, também na Espanha,
simbolizam um renascimento cultural e econômico de locais afetados pelo
processo de desindustrialização das décadas de 1970 e 1980 (BIANCHINI, 1999),
numa tentativa de acumular grande capital simbólico e marcas de distinção no
intuito de conseguir rendimentos financeiros tanto a partir do turismo como da atração
de capital internacional e especulação imobiliária.
No
caso de Nova York houve a delegação do poder público ao capital privado na
recuperação e qualificação de Manhattan, culminando com a expulsão da população
pobre que passou a se deslocar para os bairros segregados (COLVERO, 2010). Cesarino
(2013) aponta que um dos primeiros investidores de áreas imobiliárias nos
Estados Unidos, Tony Goldman, criou e implementou muitos projetos de
reabilitação urbana em bairros como SoHo, na década de 1970, além de
revitalizar áreas na Flórida e na Philadelphia na década de 1980.
A
estratégia de requalificação de Goldman incluía métodos e táticas reconhecidas
no mercado imobiliário dos Estados unidos e, devido à situação de abandono de
autoridades pelos centros urbanos até a década de 1980, a iniciativa privada
atuou com certo sucesso, já que os processos de gentrificação verificados
durante os primeiros anos de sua atuação não foram significativos, pois
buscava-se incluir os habitantes originais dos centros como parte importante de
seu plano de ação, haja vista que essa população era parte representativa da
contracultura que surgiu na década de 1980 e isto era incorporado em projetos
de marketing (CESARINO, 2013). A qualidade do ambiente foi garantida pela
existência de um sistema de circulação para pedestres e pela arquitetura,
buscando também reinventar a atmosfera dos bairros centrais compostos por
construções de valor histórico.
É
sabido que o capital fluido e a mobilidade empresarial de diversas dimensões
junto à valorização da terra e aos movimentos de atores econômicos, favorecem o
crescimento do setor imobiliário e dos segmentos mais proeminentes,
transformando o consumo urbano e os estilos de vida nas cidades (SALGUEIRO,
2006).
Para
compreender as transformações atuais de antigos centros urbanos e de seu
patrimônio é necessário transcender os discursos sobre o renascimento do Centro
e seus impactos sobre as populações com menor poder aquisitivo. É preciso que a
demanda dos espaços urbanos requalificados seja assegurada por grupos
econômicos e populacionais diversos com a inserção no mercado habitacional e
variados itinerários residenciais. Estes fatores devem surgir antes das
intervenções urbanas, pretendendo-se o entendimento sobre outras possibilidades
de apropriação do espaço urbano (CRIEKINGEN, 2006).
Quando
colocadas em áreas limitadas, as novas funções urbanas estabelecem tensões e
interações mais dinâmicas entre os habitantes das comunidades, sendo que, em
contrapartida, numa análise histórica, percebe-se que a importância coletiva
das cidades propicia a aglomeração de funções que ficam desorganizadas e
dispersas (MUMFORD, 1991). A cidade é sempre fruto de um processo histórico e
representa a construção de culturas e hábitos que vão além de sua própria
existência. Assim, o fenômeno urbano e todas as suas características devem ser
analisadas à luz da totalidade, da globalização e de seu movimento contínuo.
A
experiência brasileira em projetos de requalificação, revitalização e outras
intervenções urbanas é justificada por dois aspectos principais. O primeiro diz
respeito ao desenvolvimento turístico que sempre ocupou um lugar de destaque. O
segundo, à necessidade de recuperar o patrimônio histórico que se encontrava
muito deteriorado, correndo o risco de desaparecer (KÖHLER, 2008).
Em
Salvador, a partir do início da década de 1990, a importância do Pelourinho e
sua arquitetura colonial barroca foi chancelada pela UNESCO e se deu com
investimentos do Banco Internacional de Desenvolvimento. Neste caso específico,
a maior parte da população que residia no bairro foi expulsa na operação de
requalificação e reconstrução urbanas. O local passou a abrigar bares,
restaurantes, lojas e museus que não eram necessariamente frequentados pelos
antigos moradores, mas sim por turistas de todo o mundo. Os moradores expulsos
do Pelourinho passaram a ser vistos, nesse processo, como pessoas que possuíam
modos de vida e hábitos patogênicos. De acordo com Gledhill & Hita (2018),
no projeto de reconstrução do patrimônio cultural que daria à Bahia uma
identidade privilegiada do ponto de vista histórico encontra-se como um dos
motivos principais o fato político de uma elite branca que desejava restaurar o
Pelourinho para a cidade como um território em que orixás africanos seriam
celebrados ao lado de santos católicos e mosaicos portugueses. Desta forma,
reinventaram um valor baseado – do ponto de vista da elite – na identidade
regional tida como positiva, como um lugar que deu origem à nação, e não apenas
como um espaço decadente e imutável. Ocorre que o Pelourinho se tornou um
espaço fortemente marcado pelo comércio de serviços especializados voltados ao
turismo, de souvenires a bares, lojas e restaurantes, evidenciando a reprodução
do capital e segregando mais ainda parte da população da cidade.
No
Rio de Janeiro, as Olimpíadas de 2016 foram marcadas por intervenções urbanas
recentes. Um dos principais discursos governamentais no dossiê de candidatura
para os jogos olímpicos estão relacionados às questões do meio ambiente. De
toda forma, de acordo com Nogueira (2016), nenhuma das promessas do setor
ambiental foi concluída, a começar pela despoluição da Baía de Guanabara, da
Lagoa Rodrigo de Freitas, dos projetos de reflorestamento da mata atlântica,
dentre outros. A requalificação urbana nesta ocasião se destacou pela
implantação e readequação do sistema de saneamento das zonas oeste e norte, das
melhorias e incrementos no setor de transportes, de novos sistemas de controle
a enchentes e do Projeto Porto Maravilha. Este último, é fruto de uma operação
urbana consorciada entre o poder público e a iniciativa privada com foco na
revitalização da zona portuária. Entretanto, as intervenções urbanas neste caso
também causaram a expulsão das populações mais pobres para zonas periféricas da
cidade.
De
acordo com Oliveira & Corradi (2017), a maior parte dos projetos olímpicos
realizados no Rio de Janeiro ocorreu com financiamento da iniciativa privada
por meio da parceria com o governo, principalmente o municipal. Este fato faz
com que as instalações olímpicas sejam exploradas pelos investidores por meio
de concessões legais, usando e ocupando cerca de 70% de toda a área do parque
olímpico. Ademais, o governo do Rio de Janeiro insiste nas estratégias de
marketing, criado uma imagem de cidade sustentável, histórica, cultural,
tecnológica, maravilhosa, sobretudo para esconder a realidade negativa do município
no âmbito global e ocultar a situação de uma grande população que sobrevive num
contexto de violência urbana e pobreza extremas na atualidade.
DISCUSSÃO
Os
territórios são criados entre relações de poder que levam a diferentes e novas
tendências de saberes de maneira ampla, prevalecendo a ressignificação das
cidades com a maximização dos desejos particulares que muitas vezes não são
compatíveis com a satisfação de necessidades coletivas. Para Costa (2013), a
requalificação e renovação urbanas tomadas como paradigmas de políticas
públicas para “novas” cidades devem, desta maneira, evidenciar a contradição em
vez de endossá-la com base na compreensão das cidades como totalidades de
sistemas complementares e simultaneamente contraditórios.
A
expansão dos mercados globais ligados aos serviços especializados e às
finanças, bem como a necessidade da existência de outras prestações de serviços
que contribuem para o surgimento de espaços institucionais e corporativos leva
à existência de arranjos econômicos transnacionais. Tudo isto cria um sistema
urbano que funciona por meio da operação de diversos lugares, gerando demanda
por prestação de serviços de circulação que recriam os lugares universais e
singulares para, então, atender a uma demanda específica (SASSEN, 1998),
influenciando fortemente nos processos de intervenções e requalificação urbanas
na medida em que lança mão de novas culturas.
De
acordo com Harvey (1992), a “massa cultural” tem um poder que é desproporcional
ao influenciar o consumo de parcelas amplas da população por meio da imposição
de padrões de consumo, comportamentos, opiniões e estilos de vida. Isso
colabora para a crescente comercialização de bens culturais, encontrando-se nos
domínios do capital corporativo. Se por um lado a massa cultural visa ao lucro
por meio da criação e venda de produtos ligados à cultura, por outro, há também
consumidores que preferem o consumo cultural diferenciado pautado na lógica do
capital simbólico e da identidade cultural.
As
atuais políticas de intervenção urbana têm revelado espaços abstratos, seguidos
da prática ideológica que se assenta nos pressupostos da requalificação,
renovação, revitalização e outras intervenções urbanas. Simultaneamente a isto,
as políticas urbanas servem como subsídio à reprodução do capital e dão
continuidade a processos de fragmentação. Isto quer dizer que, em maior ou
menor grau, a depender do caso, contribui para as segregações espaciais que se
materializam numa hierarquia de classes sociais.
Del
Rio (1990) assevera que o racionalismo exacerbado faz com que as cidades se
transformem em simples problema de funcionamento, maximizando os investimento e
viabilizando a reprodução do capital. Tal simplificação não leva em conta a
complexidade do patrimônio histórico, da complexidade da vida urbana, da
inter-relação entre funções e atividades desenvolvidas pelas pessoas e da
importância das redes pré-estabelecidas. O território urbano caracteriza-se por
processos de reconstrução de centros urbanos e de rápida construção de unidades
habitacionais que visam à atender a uma demanda representativa, facilitando a
absorção de todo o contingente populacional inserido no sistema de produção.
Estimular
as pessoas, por meio de propagandas e outras estratégias, para morar no Centro
ou em áreas específicas da cidade é uma poderosa alavanca para a requalificação
urbana com transformações que melhoram as áreas, sendo que o mercado imobiliário
capta um aumento no interesse das pessoas por diversas razões, como, por
exemplo, o chamariz de que é interessante morar próximo ao trabalho ou perto de
equipamentos culturais. É interessante notar também que a paisagem se torna um
elemento importante valorizado pelos negócios imobiliários, compondo o processo
de revalorização das cidades e atraindo novos moradores.
Em
todo caso, de acordo com Maricato (2001), é preciso levar em consideração que
nem todos os edifícios são passíveis de recuperação, a depender do estado de
degradação em que se encontram. Isto, inevitavelmente, faz com que a execução
de planos de reabilitação ou requalificação incorporem novas construções, assim
como a demolição de edifícios muito antigos. Assim, o que se nota em intervenções
urbanas que privilegiam zonas residenciais e comerciais de classe alta é uma
tendência reducionista que não leva em conta toda a população urbana.
O
ideal nos processos de intervenção urbana é possibilitar o acesso universal das
benfeitorias e projetos territoriais, extrapolando os limites da área
requalificada ou renovada. É necessário também levar em conta a dinâmica da
globalização com suas características bastante peculiares. Segundo Hall (2006),
refletir sobre as mudanças atuais pelas quais passam as cidades exige levar em
consideração as descontinuidades, fragmentações e rupturas que, por sua vez,
são impulsionadas pelas intervenções urbanas. É no processo histórico que as
cidades – incluindo a economia e as características arquitetônicas – devem ser
apreendidas.
Embora
haja diversos investimentos na recuperação do patrimônio, os projetos de
intervenção urbana supracitados não possuem objetivos meramente culturais voltados
à preservação da memória e da arquitetura do passado. Em vários casos os
projetos fazem parte de estratégias amplas de desenvolvimento econômico em que
o patrimônio preservado é usado como instrumento para fomentar atividades ligadas
ao turismo e ao lazer, bem como para a criação de uma imagem da cidade voltada
aos negócios de várias naturezas.
Lucini
(1996), ao tratar da requalificação urbana, enfatiza que na recuperação do
nível qualitativo preexistente o que se busca é devolver a uma determinada área
a condição qualitativa integrada no contexto do habitat urbano coletivo,
relacionando uma série de aspectos metodológicos tidos como importantes na
aplicação necessária em intervenções ligadas à requalificação, recuperação e/ou
criação de novos assentamentos. Estes aspectos baseiam-se nas avaliações de
pré-intervenção, em que são apresentados modelos em função da prática
administrativa, econômicas e ligadas à interação dos agentes, e
pós-intervenção, em que são identificados os procedimentos que podem responder
aos modelos de tomadas de decisão na pré-intervenção.
Dentre
os aspectos positivos dos projetos de requalificação, reabilitação,
revitalização e outras intervenções urbanas em áreas centrais dotadas de
patrimônio histórico e cultural com diferentes níveis de degradação podem-se
citar os altos investimentos na conservação e recuperação da arquitetura e do
urbanismo, buscando um aumento da visibilidade diante da sociedade e do
governo, bem como do desenvolvimento econômico propiciado, dentre outras
atividades econômicas, pelo turismo. Entre os pontos negativos desse processo
podem ser citadas a segregação social, espacial e econômica da população, a
criação de espaços privilegiados de lazer, que se encontram em locais restritos
para pessoas que estão dispostas a pagar pelo uso e a própria perda da essência
do patrimônio que, como citado anteriormente, ocorre quando este se torna
objeto de consumo e lucro.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
O
patrimônio urbano, com todas as suas características arquitetônicas e
históricas, deve ser tratado à luz de teorias científicas interdisciplinares
mas, sobretudo, levando em conta as necessidades dos habitantes de modo que
sejam conservadas as diferentes culturas existentes e os modos de vida. Se por
um lado a preservação e requalificação de certas áreas das cidades como o
Centro, por exemplo, vêm ocorrendo de forma a consolidar e reproduzir o
capital, por outro, é latente a necessidade de participação das sociedades nos
processos decisórios, diminuindo os efeitos negativos gerados pela expulsão de
antigos moradores. Estes, por sua vez, devem ter o direito de permanecer em
seus locais de origem, tendo o poder público como ator central nos processos de
melhoria da qualidade de vida.
Não
há dúvidas de que o patrimônio urbano necessite passar por intervenções que o
preserve e o coloque em evidência, mas é preciso que isto ocorra para melhorar
as condições de permanência e usos da população como um todo, não se tornando
meros troféus do passado e/ou atrativos turísticos que muitas vezes sequer são
reconhecidos como materialização cultural de seus habitantes. As diversas
intervenções urbanas e chancelas auferidas nos locais de memória das cidades
são importantes na medida em que colaboram para melhorar a qualidade urbana e
de habitabilidade. Por fim, é necessário considerar que a cidade não é feita
apenas de construções, mas também de relações humanas que se dão no seu espaço
ao longo do tempo.
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Stella. Desafio
do Rio é usar jogos como Barcelona. Folha de São Paulo, São Paulo, 03 de
jan. 2011, Caderno Cotidiano, p. C2-C3.
ARANTES, Otília B. A virada cultural do sistema das artes. Margem esquerda: ensaios
marxistas. São Paulo: Editora Boitempo, p. 62-75, 2005.
BIANCHINI, Franco. The relationship between cultural
resources and tourism policies for cities and regions. In: DOOD, Diane; HEMEL,
Annemoon van. Planning cultural tourism
in Europe: a presentation of theories and cases. Amsterdam: Boekman
Foundation; Ministry of Education, Culture and Science, 1999. P. 78 – 90.
CASTELLS, Manuel. A intervenção administrativa nos
grandes centros urbanos. Revista Espaço
e Debates, NERU, São Paulo, n. 6, p. 64-75, 1982.
CESARINO, Gabriela. Estudos de casos de
requalificação nos Estados Unidos: Goldman Properties. IV Colóquio Internacional sobre o comércio e cidade: uma relação de
origem. 2013. Disponível em:
http://www.labcom.fau.usp.br/wp-content/uploads/2015/05/4_cincci/041-cesarino.pdf
. Acesso em 03 de abril de 2020.
CLAVER, Núria. A Ciutat Vella de Barcelona:
renovação ou gentrificação? In: BIDOUZACHARIASEN, C. De volta à cidade: dos processos de gentrificação às políticas de
revitalização dos centros urbanos. São Paulo: Annablume, 2006. p. 145-166.
COLVERO, Adriana A. A requalificação do centro
antigo da cidade de São Paulo: Políticas urbanas, planejamento participativo e
gestão, no período de 2001-2004. 2010. Tese
(Doutorado em Geografia) Instituto de Geociências, Universidade Estadual de
Campinas, Campinas, 2010.
COSTA, Everaldo Batista da. Intervenções em centros
urbanos no período da globalização. Cidades
(Presidente Prudente), v. 9, p. 86 – 117, 2013.
CRIEKINGEN, Mathieu. A cidade renasce! Formas,
políticas e impactos da revitalização residencial em Bruxelas. In:
BIDOU-ZACHARIASEN, Catherine. De volta à
cidade: dos processos de gentrificação às políticas de revitalização dos
centros urbanos. São Paulo: Annablume, 2006. p. 89-120
DEL RIO, Vicente. Introdução ao desenho urbano no processo de planejamento. São
Paulo: Pini, 1990, 198p.
DGOTDU – DIRECÇÃO GERAL DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
E DESENVOLVIMENTO URBANO. Vocabulário
Urbanístico. Lisboa: DGOTDU, 1998.
FERREIRA, V. Matias; CRAVEIRO, Teresa. Reabilitar ou
requalificar a cidade? Sociedade e
Território. Ano 4, dezembro de 1989.
GLASS, Ruth. London:
aspects of change. Londres: MacGibbon, 1964.
GLEDHILL, John; HITA, Maria Gabriela. Requalificação
urbana e despejos em centros novo e antigo de Salvador. Dossiê. Caderno CRH. Salvador, vol. 31, n. 82,
p. 39 – 58, Jan./Abr. 2018. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/ccrh/v31n82/0103-4979-ccrh-31-82-0039.pdf . Acesso em
03 de abril de 2010.
HALL, Stuart. A
identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: Editora DP&A,
2006.
HARVEY, David. Condição
pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. São Paulo:
Edições Loyola, 1992.
HARVEY, David. Espaços
de Esperança. São Paulo: Loyola, 2004.
JAMESON, Fredric. A virada cultural: reflexões sobre o pós-modernismo. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.
JAMESON, Fredric. Cultura do dinheiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
JAMESON, Fredric. Pós-modernismo: a lógica do capitalismo tardio. São Paulo: Ática,
1997.
KÖHLER, André. Projetos de revitalização,
reabilitação e qualificação urbana: bases políticas, econômicas e culturais
desse novo tipo de planejamento urbano. In: V Seminário da Associação Nacional
de Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo. Anais...
Belo Horizonte, 2008. Disponível em: https://www.anptur.org.br/anais/anais/files/5/141.pdf
. Acesso em 03 de abril de 2020.
LEFEBVRE, Henri. A re-produção das relações de produção. Porto: Publicações
Escorpião, 1973.
LERNER, J. Equilíbrio no poder local: construindo
hoje a cidade de amanhã. In: ALMEIRA, M. A. R. Os centros das metrópoles: reflexões e propostas para a cidade
democrática do século XXI. São Paulo: Editora Terceiro Nome, Viva o Centro,
Imprensa Oficial do Estado, 2001.
LIPOVETSKY, Gilles; SERROY, Jean. A estetização do mundo: viver na época
do capitalismo artista. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
LUCINI, Hugo Camilo. Requalificação Urbana e Novos Assentamentos de Interesse Social.
Tese (Doutorado em Urbanismo). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de São Paulo, 1996. 281p.
MARICATO, Ermínia. Brasil, cidades. Alternativas para a crise urbana. São Paulo:
Vozes, 2001.
MCKERCHER, Bob. Towards a classification of cultural
tourists. International journal of
tourism research. Vol. 4, n. 1, pp. 29 – 38, 2002.
MOREIRA, Maria da Graça S. Antunes. Requalificação
urbana: alguns conceitos básicos. Artitextos.
N. 5, Centro Editorial da Faculdade de Arquitetura – Universidade de Lisboa, p.
117 – 129, 2007. Disponível em: https://www.repository.utl.pt/handle/10400.5/1802
. Acesso em 03 de abril de 2020.
MUMFORD, Lewis. A
cidade na história: suas origens, transformações e perspectivas. São Paulo:
Editora Martins Fontes, 1991.
NOGUEIRA, Ítalo. Rio descumpre todas as metas ambientais para a Olimpíada. Notícia
da Folha de São Paulo, 2 de julho de 2016. Disponível em:
http://temas.folha.uol.com.br/um-mes-para-a-olimpiada/meioambiente/rio-descumpre-todas-as-metas-ambientais-para-a-olimpiada.shtml.
Acesso em 03 de abril de 2020.
OLIVEIRA, Melissa Ramos da Silva; CORRADI, Rafael
Alves. As alterações estratégicas na cidade olímpica: marketing urbano e o real
legado olímpico. In: XVII ENAPUR. Anais...
São Paulo, 2017. Disponível em:
http://anpur.org.br/xviienanpur/principal/publicacoes/XVII.ENANPUR_Anais/ST_Sessoes_Tematicas/ST%203/ST%203.13/ST%203.13-08.pdf
. Acesso em 03 de abril de 2020.
RICHARDS, Greg. Cultural
tourism in Europe. Wallingford: CAB International, 1997.
SALGUEIRO, Tereza Barata. Oportunidades e
transformação na cidade centro. Revista
Finisterra. Universidade de Lisboa, XLI, 81, p. 9 – 32, 2006.
SASSEN, Saskia. As
cidades na economia mundial. São Paulo: Editora Nobel, 1998.
SCIFONI, Simone. O patrimônio como negócio. In:
CARLOS, A. F. A.; VOLOCHKO, D.; ALVAREZ, I. P. (Orgs.). A cidade como negócio. São Paulo: Contexto, 2015.
THOMPSON, John Brookshire. Ideologia e cultura moderna: teoria social crítica na era dos meios
de comunicação de massa. Rio de Janeiro: Vozes, 1995.