quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Educação ambiental crítica e a relação de parte de uma população urbana com o rio Mogi-Guaçu

Nos últimos anos tem-se observado uma crescente valorização de temas ligados à gestão e à conservação ambientais. Neste sentido, são múltiplos os fundamentos teóricos e metodológicos, as correntes de pensamento e posições políticas no que tange à educação ambiental, bem como as ferramentas usadas nos processos de sensibilização e conscientização humanas. Devido à complexidade do tema, adotou-se na presente pesquisa a vertente dialógico-crítica visando à promoção de questionamentos às abordagens comportamentais, reducionistas e dualistas na busca do entendimento da relação cultura-natureza.
Por meio da educação ambiental crítica pode-se alcançar mudanças efetivas na melhoria da crise socioambiental. A educação ambiental crítica propõe analisar os problemas socioambientais em sua raiz, evitando análises reducionistas e tendências ideológicas encontradas no sistema dominante, nos projetos escolares, em unidades de conservação, comunidades, nos sistemas municipais de meio ambiente etc. No entanto, a proposta crítica em educação ambiental ainda é pouco conhecida e divulgada entre os profissionais que trabalham com educação ambiental. Isto ocorre porque a educação ambiental crítica ainda não possui uma prática visível consolidada como, por exemplo, acontece com a educação ambiental conservadora.
Para que a educação ambiental crítica se consolide como prática efetivamente emancipatória e transformadora é necessário que os trabalhos na área e as reflexões sejam interdisciplinares e levem em conta os diferentes conhecimentos históricos, geográficos, biológicos, políticos e socioeconômicos, incentivando a formação do cidadão crítico e capacitando-o a fazer reflexões e interferir em seu mundo. A formação de consciência ambientalista envolve a busca e aquisição de conhecimentos de aspectos locais da ecologia, da cultura e da sociedade por meio da práxis da educação ambiental. Desta forma é possível reformular comportamentos e recriar valores perdidos ou ainda não alcançados.
A transformação de comportamentos pode possibilitar a conscientização de populações sobre a necessidade de uma relação mais harmoniosa por parte de todos com o meio ambiente, constituindo-se também numa exigência básica para o alcance do desenvolvimento sustentável. Assim, o objetivo geral da presente pesquisa é levantar e analisar as diversas tendências da educação ambiental no Brasil e em nível internacional, com foco na educação ambiental crítica, tendo como um dos estudos de caso parte da população do município de Guatapará, interior de São Paulo. A pesquisa envolve a participação de moradores e turistas, buscando, sobretudo, respostas consistentes que sirvam para reflexões sobre a abordagem da sustentabilidade na conservação dos remanescentes de mata nativa e do rio Mogi-Guaçu.
 
Foto: Joviniano Netto